terça-feira, 13 de julho de 2010

Sylvester Stallone pode dirigir e protagonizar filme sobre mafioso John Gotti

No começo do ano John Gotti Jr. disse que pretendia fazer um filme sobre a vida do seu pai, o mafioso John Gotti, parece que o projeto vai sair do papel e terá um grande astro envolvido no projeto. Segundo o TMZ, Sylvester Stallone está em negociações avançadas para dirigir e viver a história gângster no cinema, agora os dois estariam em busca de um roteirista. A história será contada através das memórias de John Jr. sobre a difícil relação com seu pai.

John Gotti, foi líder do clã Gambino, que chegou a ser considerado a família mais poderosa de Nova York. Em 1992, ele foi condenado à prisão perpétua por 14 homícidos extorsão, obstrução da justiça, jogo ilegal e outros. O criminoso morreu dez anos depois na cadeia.

Seu filho Gotti Jr. assumiu os negócios do ilícitos do seu pai até 1999, quando anunciou que estava deixando as atividades de fora da lei.

Segundo post falando sobre uma cinebiografia de um famoso criminoso, dessa vez sobre Gotti que foi talvez o último grande mafioso de Nova York.

Vaticano autoriza abertura de tumba de mafioso em basílica

O Vaticano autorizou a Justiça italiana a vasculhar o túmulo de um ex-chefão da máfia italiana para buscar provas de seu envolvimento com o sequestro de uma jovem em 1983.

Enrico de Pedis, último líder da chamada Banda de Magliana - organização mafiosa que atuava em Roma na década de 80 - foi assassinado no centro de Roma em 1990. Seu corpo foi sepultado na cripta da basílica de Santo Apolinário, na capital italiana, ao lado de papas e nobres.

Os responsáveis pela basílica dizem que o fato de De Pedis estar sepultado no local se justifica porque ele foi um benfeitor da Igreja.

No entanto, segundo investigadores italianos, em junho de 1983 De Pedis teria sequestrado Emanuela Orlandi, filha de um funcionário da Santa Sé.

A jovem foi sequestrada no centro da capital italiana aos 15 anos idade, depois de ter ido ao curso de música na Basílica de Santo Apolinário, e nunca mais foi vista.

Caso reaberto

Em 2005 os investigadores reabriram o caso Orlandi, após novas revelações de testemunhas e informações obtidas por meio de gravações telefônicas do motorista de Enrico de Pedis.

As novas informações indicariam que o mafioso foi o mandante do sequestro.

A imprensa italiana chegou a sugerir que o próprio corpo da jovem poderia estar enterrado na cripta de De Pedis, embora as autoridades não confirmem essa possibilidade.

Os investigadores haviam pedido autorização para fazer uma inspeção no túmulo em 2005, mas na ocasião o Vaticano não autorizou.

A verificação ainda não tem data marcada, mas deve ser feita após novos interrogatórios, marcados para este mês.

De acordo com a família de De Pedis, ele não teve envolvimento com o sequestro e desaparecimento de Emanuela Orlandi. Eles pedem que a inspeção seja feita logo para esclarecer o caso.

"Se devem fazer esta inspeção, que a façam e acabem com os boatos. A família sempre esteve disponível para abrir a sepultura", disseram os advogados da família ao jornal Corriere della Sera. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

Basilica Sant Apollinare em Roma, onde está sua tumba.

Fonte:
Estadão

Polícia italiana prende chefe da máfia Camorra

ROMA - A polícia italiana deteve nesta quinta-feira, 8, Cesare Pagano, considerado chefe do perigoso e sanguinário clã mafioso da Camorra napolitana e braço-direito de Raffaele Amato, o "capo" camorrista detido na Espanha em maio de 2009.

Segundo informam fontes policiais, Pagano, um dos 30 foragidos mais perigosos da Itália, foi detido esta madrugada em uma pequena vila da localidade de Licola, próxima a Nápoles, no litoral sudoeste italiano.

O suposto mafioso, de 40 anos e cunhado de Raffaele Amato, estava foragido da Justiça desde março de 2009 e é acusado de associação mafiosa e tráfico internacional de drogas.

Pagano era considerado o sucessor de Amato à frente do clã dos "escisionistas", que saiu vencedor perante o clã Di Lauro da sangrenta luta entre grupos rivais da Camorra que aconteceu na localidade napolitana de Scampia entre 2004 e 2005.

O clã dos "escisionistas", também chamado clã Amato, controla Scampia e os municípios vizinhos de Arzano, Casavatore, Mugnano e Melito.

Fonte:
Estadão

Ex-mafioso envolve Berlusconi com a Cosa Nostra

Durante audiência, Gaspare Spatuzza acusa primeiro-ministro de compactuar com máfia siciliana

04 de dezembro de 2009 | 11h 39
Efe e Reuters

O ex-mafioso Gaspare Spatuzza disse nesta sexta-feira, 4, durante audiência realizada em Turim na Itália, que o nome do primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, foi citado por Giuseppe Graviano, um dos chefes da Cosa Nostra, a máfia siciliana.

"Graviano me disse que tudo o que tínhamos obtido foi graças à seriedade das pessoas que tinham levado adiante esta história, que não eram como aqueles quatro socialistas que tinham recolhido os votos entre 88 e 89 e depois nos fizeram guerra", disse Spatuzza.

Segundo Spatuzza, o chefe da máfia "mencionou os nomes de dois sujeitos. De Berlusconi, Graviano me disse que era o do 'Canale 5'", um dos veículos de comunicação que fazem parte do império midiático do primeiro-ministro.

O ex-mafioso acrescentou que seu chefa havia dito que afirmou "no meio havia um deles, Dell'Utri", em referência ao senador do Partido do Povo da Liberdade (PDL), já condenado em primeira instância a nove anos de prisão por associação mafiosa. "Graças à seriedade destas pessoas, tínhamos o país praticamente em nossas mãos", disse Spatuzza.

O premiê, entretanto, não está vinculado formalmente com o caso, que é parte de uma apelação contra a condenação de um de seus aliados políticos e empresariais, o senador Dell'Utri. Berlusconi rejeita as acusações de Spatuzza e as classifica como "infundadas".

Atentados

O ex-mafioso e agora colaborador da Justiça italiana falou que atentados de 1993 em Florença, Milão e Roma foram "anômalos" dentro da estratégia da Cosa Nostra. Graviano, entretanto, teria dito "seria bom somar alguns mortos para despertar quem tem que se movimentar".

Spatuzza também responsabilizou a Cosa Nostra pelos atentados nos quais foram assassinados os juízes antimáfia Paolo Borsellino e Giovanni Falcone em 1992. "A Cosa Nostra é uma associação mafiosa-terrorista", disse.

Braço direito dos chefes mafiosos Giuseppe e Filippo Graviano, do chamado clã de Brancaccio, Spatazza falou pela primeira vez no julgamento de apelação de Marcello Dell'Ultri. Por motivos de segurança, a audiência transcorre em um bunker subterrâneo do Palácio de Justiça de Turim, mas com os juízes do Tribunal de Apelação de Palermo (Sicília).

Dell'Utri foi co-fundador da antiga legenda liderada por Berlusconi, Forza Itália, e agora ocupa o cargo de senador pelo atual partido do primeiro-ministro, o Povo da Liberdade (PDL).

Spatuzza disse à Justiça que os irmãos Graviano, em particular Giuseppe, souberam entre o final de 1993 e o início de 1994 que a Cosa Nostra havia escolhido Dell'Utri e Berlusconi como suas novas referências na política.

Fonte:
Estadão

Chefe da máfia preso na França

A Polícia francesa deteve, ontem, sábado, em Marselha, Giuseppe Falsone, considerado o chefe da máfia siciliana na província de Agrigento e cujo nome figurava na lista dos trinta foragidos mais perigosos de Itália. A notícia foi confirmada pelo chefe da Polícia de Agrigento.

A mesma fonte informou que o preso, que foi conduzido a uma esquadra de Marselha, negou ser Falsone, o que obrigou as autoridades policiais a verificar a sua identidade através das impressões digitais.

Segundo fontes próximas da investigação, citadas pela Imprensa italiana, Falsone submeteu-se a várias operações de cirurgia estética para modificar o rosto. Sobre ele pendia uma ordem de busca e captura desde 1999 por associação mafiosa, homicídio e tráfico internacional de droga.

Os investigadores consideram que se trata de uma figura muitopróxima de Bernaredo Provenzano, que substituiu Salvatore Riina na liderança da Cosa Nostra, a mafia siciliana, e que foi preso em 2006.

Depois de conhecer a notícia da captura, o ministro da Justiça italiano, Angelino Alfano, disse que era "um dia feliz para Itália, Sicília e a província de Agrigento. Foi preso um dos chefes mais desapiedados da nossa terra".

Por outro lado, o ministro do Interior italiano, Roberto Maroni, agradeceu o trabalho realizado pela Polícia e comentou que, com a captura de Falsone, "infligiu-se um outro golpe excepcional à criminalidade organizada" graças à detenção do 25.º foragido entre os 30 criminosos mais procurados em Itália.

Operação europeia

O combate ao crime organizado motivou uma operação policial denominada "European Global Operation", realizada entre os dias 7 e 9 deste mês, em 15 países europeus. A iniciativa foi organizada pela Presidência espanhola do Conselho da União Europeia e visou, essencialmente, o tráfico de estupefacientes e de seres humanos, a imigração ilegal, pessoas procuradas pela prática de crimes e contrabando de armas e mercadorias.

Os agentes realizaram mais de 1,2 milhões de controlos policiais e verificaram mais de dois milhões de passaportes e documentos de identidade. A operação, que envolveu mais de 257 mil agentes policiais, terminou com mais de 8000 pessoas detidas e 468 armas apreendidas.

Itália prende 300 em operação contra máfia do sul do país

Domenico Oppedisano foi preso na região da Calábria

A Polícia da Itália anunciou a prisão nesta terça-feira cerca de 300 pessoas, entre eles um grande chefe da máfia, em uma das maiores operações contra o crime organizado já realizadas no país.

O alvo da operação foi a máfia na região da Calábria, sul do país, conhecida como ‘Ndrangheta.

A polícia disse que um dos suspeitos detidos é Domenico Oppedisano, de 80 anos, que seria o chefe da ‘Ndrangheta. O responsável pelas operações da organização em Mião também teria sido preso.

Os detidos estão sendo acusados de crimes como assassinato, extorsão e tráfico de drogas e de armas.

Lombardia

De acordo com o correspondente da BBC em Milão Mark Duff, as prisões desta terça-feira foram feitas por três mil policiais e outros membros das forças de segurança italianas.

Muitas das prisões foram feitas no rico norte da Itália, onde há muitos imigrantes da Calábria.

Duff disse que a ‘Ndrangheta é uma das menos conhecidas organizações criminosas e é considerada a mais perigosa devido à violência de seus membros e ao segredo que a cerca.

As prisões também seriam um sinal de que a organização se infiltrou na economia da Lombardia, a região onde fica Milão, disse o correspondente.

Fonte:
BBC Brasil

John Dillinger


Dillinger nasceu em Indianápolis, Indiana, filho de John Wilson Dillinger (1864-1943) com a primeira esposa Mary Ellen "Mollie" Lancaster (1860-1907). Ele se alistou na Marinha, mas desertou poucos meses depois. Depois que saiu da Marinha, Dillinger voltou para Indiana e se casou em 12 de abril de 1924 com Beryl Ethel Hovious. Mas tinha dificuldades em arrumar emprego fixo e manter seu casamento.

Vida de crimes

Dillinger se tornou criminoso e foi preso em 1924 na Cadeia Estadual de Indiana. Atrás das grades conheceu ladrões de bancos perigosos como Harry Pierpont de Muncie (Indiana) e Russell "Boobie" Clark de Terre Haute. Dillinger trabalhou na lavanderia da prisão com isso ajudou numa fuga de Pierpont, Clark e outros. Dillinger ficou preso na Cadeia de Indiana até 1933, quando foi solto por liberdade condicional. Ao sair, encontrou os criminosos que ajudara e entrou para a quadrilha. Graças a notoriedade ganha pelo criminoso, o grupo ficou conhecido como "a primeira gangue de Dillinger" que, além de Pierpont e Clark, ainda contava com Charles Makley, Edward W. Shouse Jr., Harry Copeland, "Oklahoma Jack" Clark, Walter Dietrich e John "Red" Hamilton. Homer Van Meter e Lester Gillis (Baby Face Nelson) formariam a "segunda gangue de Dillinger", após a fuga dele de Crown Point (Indiana).

Segundo a imprensa, Dillinger usava diferentes golpes em seus roubos a banco: se disfarçou de vendedor de alarmes de segurança em Indiana e Ohio. De outra vez sua gangue se passou por uma companhia cinematográfica que queria encenar um roubo a banco. Se dizia que a gangue de Dillinger roubara cerca de $ 300.000 dolares (correspondente a 5 milhões de dolares atuais) de dezenas de bancos.

Poucos meses depois da saída da Cadeia de Indiana, ele voltou à prisão, em Lima (Ohio), mas sua gangue o libertou, assassinando o xerife Jessie Sarber. A maior parte da quadrilha foi capturada no fim do ano em Tucson, Arizona durante um incêndio no Historic Hotel Congress. Dillinger foi preso e enviado para a cadeia de Crown Point, Indiana. Ele foi a julgamento por suspeita do homicídio do guarda William O'Malley durante um tiroteio em um banco em East Chicago, Indiana.

Durante o julgamento, foi tirada uma famosa fotografia de Dillinger apontando a arma no promotor Robert Estill.

Em 3 de março de 1934, Dillinger fugiria de Crown Point. Dillinger aparentemente usou uma arma moldada atráves de uma barra de sabão, um fato explorado no folclore sobre gângsters. Essa fuga trouxe constrangimentos ao xerife Lillian Holley, que ameaçou Dillinger de morte.

Dillinger cruzou a fronteira de Indiana-Illinois num carro roubado, cometendo um crime federal que o colocou sob a mira do FBI.

Em abril, a quadrilha apareceu em Manitowish Waters, Wisconsin, procurando um esconderijo. Eles foram denunciados à promotoria de Chicago, que contatou o FBI. Logo uma equipe de agentes liderados por Hugh Clegg e Melvin Purvis cercaram o esconderijo, mas os bandidos foram avisados. No tiroteio que se seguiu a quadrilha fugiu em debandada. O agente W. Carter Baum foi atingido e morto por "Baby Face" Nelson.

No verão de 1934, Dillinger sumiu de circulação. Ele foi para Chicago e usou o nome de Jimmy Lawrence. Ele arranjou a namorada Polly Hamilton, que não sabia da sua identidade. Mas o FBI encontrou seu carro, logo deduzindo que ele estava na cidade.

Morte

Dillinger havia ido ao cinema assistir o filme de gângsters Manhattan Melodrama no Biograph Theater em Lincoln Park, Chicago. Dillinger estava com sua namorada Polly e com Ana Cumpanas (conhecida por Anna Sage). Sage estava com problemas de imigração e fez um acordo com Purvis e o FBI para emboscar Dillinger. Ela não disse ao certo o cinema que iriam, então a equipe de agentes se dividiu em dois locais. Na saída do cinema escolhido, os agentes atiraram em Dillinger, matando-o. Dillinger foi baleado três vezes, sendo atingido no coração. Sage usou um vestido laranja, para que os agentes a identificassem. A luz artificial distorceu a cor, fazendo com que surgisse o mito da "dama de vermelho", um personagem traiçoeiro. Mesmo tendo colaborado com o FBI, Sage foi deportada para Romênia em 1936, onde morreria onze anos depois.

Dillinger foi enterrado no Cemitério de Crown Hill[1] em Indianápolis.

Em 2006 o Discovery Channel exibiu o documentário The Dillinger Conspiracy, no qual se sugeriu que o sargento da polícia de Chicago Martin Zarkovich era quem estava com a arma identificada como a de onde partiu a bala que matou Dillinger.


Johnny Depp encarna Dillinger no filme Public Enemies.

Fonte:

Wikipédia

Massacre do Dia de São Valentim


O Massacre

Na manhã de 14 de fevereiro de 1929, Dia dos Namorados (Dia de São Valentim), os corpos de seis membros da quadrilha de "Bugs" Moran e mais Reinhardt H. Schwimmer foram encontrados caídos ao lado de um muro da garagem da SMC Cartage Company (Rua North Clark, 2122) no Lincoln Park, Chicago, no Lado Norte da cidade. Eles tinham sido assassinados com vários tiros, provavelmente por criminosos comandados por Al Capone, tanto locais como provavelmente por pistoleiros de fora da cidade. Dois homens que estavam com uniforme de policiais de Chicago foram vistos na garagem na hora do crime, confome testemunhas. Uma das vítimas encontradas agonizante, Frank Gusenberg, quando perguntado sobre quem o havia baleado, respondera: "I'm not gonna talk - nobody shot me" ("Eu não vou falar - ninguém me baleou"). Foram contado 14 ferimentos de bala em seu corpo. Capone tinha saído de férias para a Flórida.

A hipótese mais aceita é a de que o massacre foi o resultado do plano da quadrilha de Capone para eliminar Bugs Moran, que se tornara o chefão da Quadrilha do Lado Norte após substituir Dion O'Banion, assassinado cinco anos antes. Jack McGurn foi o principal suspeito de ter chefiado o crime. O massacre teria sido planejado por Capone por várias razões: como retaliação por uma tentativa mal-sucedida de Frank Gusenberg e seu irmão Peter de matarem Jack McGurn no começo do ano, a cumplicidade do Lado Norte no assassinato de Pasqualino "Patsy" Lolordo e Antonio "The Scourge" Lombardo, e a concorrência de Bugs Moran no contrabando de bebida nos subúrbios da cidade.

Foi aceito que os homens do Lado Norte foram à garagem com a promessa de dividir as cargas de uisque de Detroit fornecidas pela Purple Gang. Contudo, mais recentemente foram aventadas outras hipóteses: Observou-se que todas as sete vítimas (exceto o mecânico John May) estavam vestidas com suas melhores roupas, o que sugeriu que pretendiam viajar com os caminhões para buscarem as bebidas. O motivo verdadeiro para o crime, nunca foi conhecido.

Quatro homens que estavam na entrada do prédio, dois vestidos como policiais, foram quem atiraram em Moran e seus comparsas. Antes da chegada de Moran, Capone usara dois pistoleiros não indentificados em salas alugadas no armazem do outro lado da rua, para fazerem a vigilância.

Por volta das dez e meia da manhã, quatro homens chegaram ao armazém em dois carros: um Cadillac sedan e um Peerless, ambos com aparência de carros de detetives. Dois homens vestidos de policiais e dois com roupas civis. A gangue de Moran foi ao armazem, mas Moran não teria entrado. Foi dito que Moram se aproximara do local, mas parara ao avistar os carros e saiu dali. Outros diriam que Moran chegara atrasado e por isso não foi morto.

Os pistoleiros teriam confundido alguns dos homens da garagem como sendo Moran e outros da quadrilha (principalmente Albert Weinshank, que tinha a mesma altura e lembrava Moran). Foi dado o sinal para que os pistoleiros entrassem no armazem. Os dois falsos policiais, carregando metralhadoras, sairam do Peerless e entraram no prédio por duas portas. Lá dentro eles encontraram os comparsas de Moran, um sexto homem chamado Reinhart Schwimmer, que não era reconhecido como um quadrilheiro, e John May, mecânico de carros que provavelmente prestava serviço aos bandidos. Os assassinos ordenaram que os homens ficassem em linha junto à parede. Aparentemente não houve resistência, pois devem ter acreditado tratar-se da polícia, fazendo uma exibição para saírem bem nos jornais do dia seguinte.

Então os dois policiais abriram a porta que dava para a Rua Clark e os outros dois do Cadillac entraram. As rajadas começaram, vindas de sub-metralhadoras Thompson. Foram contadas setenta cápsulas das armas.

Alertados pelos latidos de um cão, os moradores chamaram a polícia. O cão de John May, Highball, além de Frank Gusenberg, eram os únicos sobreviventes. As fotos do crime foram tiradas por Jun Fujita e publicadas no Chicago Daily News.

As vítimas


  1. Peter Gusenberg, um assassino de Moran.
  2. Frank Gusenberg, o irmão de Peter Gusenberg e também outro assassino. Morreu três horas depois da chegada da polícia.
  3. Albert Kachellek, conhecido como "James Clark", o braço direito de Moran.
  4. Adam Heyer, o contador e chefe administrativo de Moran.
  5. Reinhart Schwimmer, acompanhante dos quadrilheiros mas não era na verdade um deles.
  6. Albert Weinshank, quem limpava o terreno para as operações de Moran. Provavelmente confundido com Moran.
  7. John May, um mecânico legalizado que tinha mulher e sete filhos, o que provavelmente o levara a aceitar serviço dos bandidos.

As investigações

Primeiramente a Polícia de Chicago fora apontada como autora do massacre, mas os 255 detetives não puderam ser incriminados. Então os investigadores foram atrás da Purple Gang, pois era sabido que eles forneciam as bebidas para Moran. Apenas os irmãos Keywell foram mantidos como suspeitos de participação no crime. Uma semana depois do massacre, o Cadillac foi encontrado desmanchado e parcialmente queimado em uma garagem. Esta ficava próxima do Circus Café, de propriedade de Claude Maddox, um bandido de St. Louis, Missouri e aliado de Capone.

Os detevives descobriram conexões com os Egan's Rats daquela cidade e chegaram a anunciar que Fred "Killer" Burke e James Ray eram os dois bandidos disfarçados de policiais. Esses dois eram conhecidos por usar desse artifício para enganar as vítimas. A polícia indicou Joseph Lolordo como um dos atiradores. O irmão dele, Pasqualino, tinha sido morto recentemente pela quadrilha do Lado Norte. Outros suspeitos apontados pela polícia foram John Scalise e Albert Anselmi, além do próprio Jack McGurn e Frank Rio, o guarda-costas de Capone. John Scalise foi assassinado antes do julgamento e Jack McGurn manteve o álibi graças ao testemunho de sua namorada Louise Rolfe (que ficou conhecida no folclore dos gângsters como "Blonde Alibi" ou "O Álibi Loiro").

O caso ficou parado até 14 de dezembro de 1929, quando os policiais do Condado de Berrien invadiram o bangalô de “Frederick Dane” em St. Joseph (Michigan). Dane aparecia como o proprietátrio do carro dirigido por Fred "Killer" Burke. Burke estava bêbado e colidira com outros veículos na frente de uma delegacia. O policial Charles Skelly tentou pará-lo e foi atingido por um disparo, morrendo pouco tempo depois.

Quando a polícia foi a casa de Burke, eles encontraram títulos que tinham sido roubados de um banco em Wisconsin, duas sub-metralhadoras, pistolas e munição. Foi determinado que as metralhadoras eram as do massacre. Burke foi preso um ano depois, numa fazenda no Missouri. Ele foi julgado pela morte de Skelly e sentenciado à prisão perpétua. Fred Burke morreu na cadeia em 1940.

Consequências

O Massacre marcou o declínio do poder criminoso de Moran. Ele conseguiu manter o controle do seu território até o início dos anos de 1930, até que foi sucedido por Frank Nitti. O governo federal também passou a acompanhar as atividades de Capone. Em 1931, Capone foi condenado poe evasão de impostos e ficou preso por 11 anos. Jack McGurn foi assassinado em 15 de fevereiro de 1936. Teorias apontam como suspeitos Bugs Moran ou Frank Nitti, com quem McGurn mantinha negócios.

Revelações de Bolton


Em 8 de janeiro de 1935, os agentes do FBI invadiram um apartamento em Chicago, na rua North Pine Grove, 3920, usado por membros da Quadrilha Barker-Karpis. Depois de um curto tiroteio, o ladrão de bancos Russell Gibson foi morto. Foram presos Doc Barker, Byron Bolton e duas mulheres. No interrogatório as mulheres não sabiam de nada sobre Ma Barker, mas Bolton se mostrou um grande conhecedor de crimes. Ele fora atirador da Marinha e membro da Egan’s Rats. Trabalhara por anos com Fred Goetz de Chicago, bandido conhecido como “Shotgun George” Ziegler. Byron participara de muitos crimes dos Barker e foi quem contou sobre o esconderijo na Flórida de Ma e Freddie Barker (assassinados pelo FBI uma semana mais tarde). Bolton continuou a contar o que sabia e surpreendeu os agentes ao dizer que tomara parte do Massacre de São Valentin, juntamente com seus parceiros Goetz, Fred Burke e outros.

O FBI (que não tinha jurisdição sobre aquele caso) tentou manter segredo das revelações de Bolton até que o jornal Chicago American publicou uma segunda versão da "confissão" do bandido. O jornal anunciara a solução do crime por J. Edgar Hoover e o FBI. Bolton tinha declarado que o assassinato de Bugs Moran tinha sido planejado em “outubro ou novembro” de 1928 num resorte em Couderay, Wisconsin, de propriedade de Fred Goetz. No encontro estavam Goetz, Al Capone, Frank Nitti, Fred Burke, Gus Winkeler, Louis Campagna, Daniel Serritella e William Pacelli. Os homens ficaram duas ou três semanas, caçando e pescando enquanto planejavam o crime. Bolton falou que os assassinos seriam na verdade Burke, Winkeler, Goetz, Bob Carey, Raymond Nugent e Claude Maddox (quatro atiradores e dois motoristas). Bolton disse que ninguém usava uniforme da polícia. Bolton disse que se enganara ao pensar que Moran estava com os homens, o que deixou Capone furioso, ameaçando-o de morte. Teria sido dissuadido por Fred Goetz.

Suas declarações foram corroboradas pela viúva de Gus Winkeler, Georgette, em suas memórias que foram publicadas em quatro partes numa revista de história de detetives no inverno de 1935-36. A Senhora Winkeler revelou que seu marido e os comparsas formavam uma equipe especial usada por Capone para trabalhos de "alto risco". William Drury, um detetive de Chicago que tinha ficado no caso, também acreditou em Bolton. O ladrão de bancos Alvin Karpis disse ter ouvido que Ray Nugent falara sobre o massacre e que os “American Boys” (o apelido da equipe especial de Capone segundo Georgette) recebiam 2.000 dolares por semana mais gratificações. Karpis também disse que Capone contara que Goetz fora quem planejara o massacre.

Apesar do depoimento de Byron Bolton, nenhuma medida foi tomada pelo FBI. Todos os homens que foram implicados, exceto Burke e Maddox, já estavam mortos em 1935. Os historiadores ainda estão divididos sobre a execução do crime pelos “American Boys”.

Outros suspeitos

Durante anos, muitos mafiosos de Chicago e de fora, foram nominados como participantes do massacre. Dois principais suspeitos foram os capangas de Capone, John Scalise e Albert Anselmi; ambos eram assassinos violentos e frequentemente eram apontados como sendo os atiradores. Nos dias que se seguiram ao crime, Scalise foi ouvido dizendo ser ele "O homem mais poderoso de Chicago”. Ele tinha assumido recentemente o cargo de vice-presidente da Unione Siciliana, cujo presidente era Joseph Guinta. Scalise, Anselmi e Guinta foram encontrados mortos numa rodovia de Hammond, Indiana, em 8 de maio de 1929. Pelo folclore foi contado que Al Capone descobrira que o trio planejava traí-lo. No clímax de uma jantar em sua homenagem, Capone bateu com um bastão de basebal e decidiu matar o trio.

Uma adição recente à lista de suspeitos foi o nome de Tony Accardo, um motorista de vinte e dois anos de Jack McGurn. Muitos anos depois, Accardo teria contado que tomara parte do massacre (conversa ouvida numa escuta do agente do FBI William Roemer). Historiadores não acreditam que ele fora um dos atiradores. Outro suspeito foi o futuro chefe da máfia Sam Giancana, então com vinte anos e membro da 42 Gang. Giancana foi preso nos dias que seguiram ao massacre, mas não foi confirmada sua efetiva participação.

O informante da máfia de Nova Iorque Dominick Montiglio disse no livro Murder Machine que seu tio Anthony 'Nino' Gaggi, obrigado por seu tio Frank Scalise, tinha sido um dos assassinos do massacre. Isso mostra que o massacre continua a interessar as pessoas nos dias atuais. Inclusive há especulações de que Capone na verdade era inocente.

As armas do massacre


As duas sub-metralhadoras Thompson (números de série 2347 e 7580), encontradas na casa de Fred Dane (isto é, Fred Burke) em Michigan, foram examinadas pelo perito em balística Calvin Goddard que determinou que as mesmas foram usadas no massacre. Uma das armas também fora usada no assassinato do chefe da máfia Frankie Yale em Nova Iorque, que confirmou a teoria de que Burke e por extensão Al Capone, foram responsáveis pelo assassinato de Yale.

A metralhadora 2347 tinha sido registrada em 12 de novembro de 1924 por Les Farmer, um ajudante de xerife de Marion, Illinois. Marion e a área ao redor eram disputadas pelas facções da Quadrilha dos Irmãos Shelton e Charlie Birger. Farmer tinha documentado que a arma ficara com os Egan’s Rats de St. Louis. No começo de 1927 a arma já estava de posse de Fred Burke e possivelmente foi usada em Detroit, no Massacre de Milaflores em 28 de março de 1927.

A metralhadora 7580 foi vendida pelo proprietário Peter von Frantzius para Victor Thompson (também conhecido como Frank V. Thompson). Atualmente, ambas as armas estão de posse da Polícia do Condado de Allegan.

Referências

  • Jornal The Chicago Shimpo, The Chicago Japanese American News, Sexta-Feira, 10 de outubro de 2008 volume 6732 p. 7.
  • Helmer, William and Arthur J. Bilek. The St. Valentine's Day Massacre: The Untold Story Of The Bloodbath That Brought Down Al Capone Nashville: Cumberland House, 2004.

Entrevista de Al Capone


Al Capone

Entrevistada conduzida por Cornelius Vanderbilt Jr. E publicada na revista Liberty, de 17/10/1931 e republicada no livro ALTMAN, Fábio (org.). A arte da entrevista. São Paulo: Scritta, 1995.

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Al (Alphonse) Capone (1899-1947), o legendário gângster americano, nasceu no bairro de Brooklin, em Nova 10rque. Ainda adolescente, no inicio do século Capone aliou-se à gangue do temido John Torrio. Nesta época trabalhou como leão-de-chácara de restaurante, casou-se com uma irlandesa e seguiu Torrio quando ele foi promovido para Chicago. Em 1924, com a morte de seu patrão, Capone assumiu o controle da organização criminosa. Eliminou os grupos inimigos e fez fortuna com o contrabando de bebidas durante a Lei Seca. Figura popular do submundo de Chicago, Capone fazia doações às entidades assistenciais, fornecia sopa aos pobres e dava festas para as famílias pobres do bairro de Little Italy. Em outubro de 1931, o gângster foi condenado a 11 anos de cadeia por sonegação de impostos. Vagou por diversas penitenciárias, inclusive a célebre Alcatraz, na baía de São Francisco, onde seria humilhado e atacado pelos outros detentos. Em 1940, quando foi liberado, Al Capone era uma figura patética e doente, vítima da neurosífilis. Isolado, e já sem poder, ele passou a viver com sua mulher e a família em uma mansão de Miami, onde morreria aos 48 anos de idade.

Cornelins Vanderbilt Jr. (1898-1974), membro de uma rica dinastia americana do ramo financeiro, iniciou sua carreira como repórter do The New York Herald. Nos anos 30, ele se tornou repórter especial da revista Liberty, encarregado das grandes entrevistas da publicação. Vanderbilt realizou perfis de Mussollini, do papa Pio XI, Stalin e Hitler, entre outros.

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Nossa gente tem que se manter unida.


Estávamos sentados, eu e Al Capone, em um escritório espaçoso no quarto andar do Lexington Hotel na rua 22 com a Michigan, em Chicago. Já passavam das quatro da tarde. Era quinta-feira, 27 de agosto. Ano de 1931.


Lá embaixo, nas calçadas, policiais fardados e à paisana. Todo mundo sabia que eles estavam nas ruas. Desbarataram dezenas de pontos de gângsters nas últimas 24 horas. Deram batidas em hotéis e apartamentos. O que Pat Roche mais queria no mundo era o rei. E Pat era o promotor público.


Alguém tinha sido sequestrado. Seu nome era Lynch. Ele publicava um jornal com informações confidenciais sobre corridas de cavalos. Os boatos diziam que os sequestradores exigiam 250 milhas pela sua libertação. Achando que Al Capone talvez soubesse alguma coisa sobre isso, a polícia de Chicago pediu ajuda ao rei para encontrar Lynch. Sua Majestade concordou graciosamente e, logo depois, Lynch foi encontrado sem pagar um tostão de resgate.


Al Capone não tolera certos tipos de negócios ilícitos, e o sequestro é um deles. Ele reclinou-se um pouco mais na confortável cadeira de escritório e acendeu, pela décima sétima vez, o charuto Tampa. Nós já estávamos conversando há mais de uma hora.

Esse inverno vai ser terrível, continuou ele. Nós temos que abrir a carteira para sobreviver. A gente não pode esperar pelo Congresso, pelo senhor Hoover ou por qualquer outra pessoa. Nós temos que ajudar a manter as barrigas cheias e os corpos aquecidos. Se não fizermos isso, o nosso estilo de vida vai fracassar. O senhor sabe por que os Estados Unidos estão à beira da maior convulsão social da sua história? O bolchevismo está batendo à nossa porta. Não podemos deixar que ele entre. Nós temos que nos organizar contra ele, ficar lado a lado. Precisamos de fundos para combater a fome.

Será que eu estava ouvindo direito? Será que eu estava no meu juizo perfeito? Ali, na minha frente, perto da sacada da janela, atrás de uma grande mesa de teca, sentava-se o mais temido de todos os escroques. Muito mais alto do que eu esperava, e mais forte; um sujeito com um aperto de mão fortíssimo, uma janela com uma sacada digna de um banqueiro e o sorriso de vencedor característico de todas as raças latinas. E, mesmo assim, ao invés do tipo de conversa que se espera de gente como ele, Capone fazia um discurso como eu nunca tivera a oportunidade de ouvir. Ele continuou:

Temos que manter os Estados Unidos inteiros, seguros e intactos. Se as máquinas tirarem os empregos dos trabalhadores, eles vão precisar encontrar outra coisa para fazer. Talvez voltem a trabalhar a terra. Mas temos que olhar por eles enquanto acontece a mudança. Nós temos que mantê-los afastados da literatura e das artimanhas dos bolchevistas; devemos cuidar para que a cabeça deles continue saudável. Porque não importa onde nasceram, eles agora são americanos.

Os garotos anunciavam as edições extras lá embaixo. Al Brown, como gosta de ser chamado, levantou-se da cadeira e andou para a esquerda. Tirou um par de binóculos de um armário, colocou-os diante dos olhos e leu devagar a manchete de um vespertino: "Pat Roche confiante na rápida prisão de Capone:” Abriu um sorriso largo. "O Pat é um cara legal", disse com calma, só que ele gosta de ver o nome dele nos jornais com muita freqüência. E, pensei, "se o Pat falasse sério sobre prender você, ele podia fazer isso em um minuto”.

Ele leu meu pensamento: Eu acho que sou como o senhor, senhor Vanderbilt: a multidão prefere me culpar pelo que não fiz do que me elogiar pelo que fiz de bom. A turma da imprensa está sempre atrás de mim. Parece que eu sou culpado por todos os crimes que acontecem neste país. O senhor deve achar que tenho poderes ilimitados e uma carteira recheada de dinheiro. Eu tenho poder, sim, mas o talão de cheques sofre com estes tempos difíceis tanto quanto o de qualquer um. A minha folha de pagamento continua grande, mas os lucros diminuíram. O senhor ia ficar surpreso com o tipo de cara de quem eu já tive que cuidar.

Eu podia responder que nada iria me deixar surpreso, mas preferi ficar quieto. Al Capone não é um tipo comum de gângster que subiu na vida. Ele é um organizador e um político capaz. Aos 32 anos, ele tem a máquina mais eficiente que este país já viu. É tão poderoso em Chicago quanto qualquer chefão da Tammany (1) já o foi em Nova Iorque. Para tomar conta de todos os seus negócios, ele tem uma folha de pagamento de mais de duzentos mil dólares por semana. Até o momento, a máquina de Capone não foi superada. Como pode um homem jovem como ele manter inteira o tipo de organização que ele construiu?, perguntei-lhe. A resposta veio sem hesitação:

As pessoas não respeitam nada hoje em dia. Houve um tempo em que a virtude, a honra, a verdade e a lei eram colocadas em um pedestal. Nossos filhos eram educados para respeitar certas coisas. A guerra acabou. Tivemos quase 12 anos para nos reerguer e veja só que bagunça nós fizemos! Os legisladores da guerra aprovaram a 18ª emenda. Hoje em dia as pessoas bebem mais álcool em bares clandestinos do que se bebeu em cinco anos em todos os Estados Unidos antes de 1917. Essa é a resposta delas ao respeito à lei.
Mesmo assim, a maioria dessas pessoas não é ruim. Não se pode classificá-las como criminosas, embora, tecnicamente, elas sejam.
O sentimento de que a Lei Seca é responsável por muitos dos nossos problemas está crescendo. Mas o número de violadores da lei também cresce. Há 16 anos, eu vim para Chicago com quarenta dólares no bolso. Três anos depois, eu estava casado. Meu filho está com 12 anos.Ainda sou casado e amo muito a minha mulher. A gente tinha que se sustentar. Eu era jovem e achava que precisava de mais do que isso. Não acreditava em proibir as pessoas de ter o que elas queriam. Achava a Lei Seca uma lei injusta e ainda acho. Seja como for, eu segui o caminho natural do contrabando. E acho que vou continuar até que a lei seja revogada.


- Então o senhor acha que ela vai ser revogada?

É claro, foi a resposta rápida. E quando for, eu não vou ficar mal porque tenho outros negócios. O contrabando de bebidas, senhor Vanderbilt, constitui menos de 35% da minha renda. A declaração seguinte caiu como uma bomba: Eu acho que talvez o senhor Hoover faça uma sugestão ao Congresso na sua mensagem de dezembro para que os legisladores da nação aumentem a percentagem de álcool nas bebidas. Essa será a sua melhor cartada para receber nova indicação. Além disso, o senhor sabe que ele sempre se referiu à Lei Volstead como uma nobre experiência. Mas com o tempo, nem mesmo essa mudança vai deixar as pessoas satisfeitas. Elas vão exigir a volta das bebidas normais; e se fizerem muita pressão vão derrotar a Liga Antibares e os industriais que prosperaram e enriqueceram às custas da sede. A lei vai ser revogada. Não vai haver mais necessidade de segredo. Vou ser poupado de uma folha de pagamento enorme. Mas enquanto a lei vigorar e as pessoas continuarem a violá-la, haverá lugar para pessoas como eu, que acham que essa lei nos toma responsáveis pela manutenção de um canal aberto. As pessoas que não respeitam nada detestam o medo. Por isso construí minha organização sobre o medo. Aqueles que trabalham comigo não têm medo de nada. Os que trabalham para mim são leais, não por causa do pagamento mas porque sabem o que pode acontecer se eles não forem. O governo dos Estados Unidos é muito mole com os violadores da lei e diz que vai mandá-los para a cadeia se eles desafiarem a lei. Os violadores riem e arrumam bons advogados. Só os que não têm dinheiro são punidos. Mas o público em geral não tem mais medo de uma prisão do governo do que eu de Pat Rache. As pessoas acham graça das coisas que ficam sabendo. Elas gostam de fazer piadas e rir dessas coisas. Quando tem uma batida em um bar clandestino, pouca gente fica histérica; a maioria está tranqüila. Por outro lado, a senhor acha que algum dos seus amigos ia achar graça se tivesse medo de ser levado para um passeio sem volta?

- Eu ficaria com medo? Essa pergunta eu podia responder e rápido. Na parede atrás do rei estava um retrato de Lincoln em uma moldura barata. Ele parecia sorrir benevolente. Sobre a mesa principal, havia um peso de papel de bronze da estátua do Great Emancipator do Lincoln Memorial. Uma cópia do discurso de Gettysburg enfeitava uma outra parte da parede. Era fácil perceber que Lincoln era o americano mais respeitado por Capone. Perguntei o que ele achava das eleições de 1932.

Os democratas vão ser eleitos em uma votação recorde, declarou. O povo pensa que vai se livrar da depressão assim. Eu não sei muita coisa sobre finanças mundiais, mas não acho que a depressão vai acabar de repente. Acho que vai demorar algum tempo. Uma série de circunstâncias vai melhorar a situação, se não deixarmos os comunistas fazerem isso primeiro. Na minha modesta opinião, o Owen Young é o candidato que tem mais chances. Ele é um cara formidável, e eles devem deixar que ele ganhe. Senão o Roosevelt vai ganhar, e eu acho que ele é bastante sensato para colocar o Young como secretário do Tesouro. O Roosevelt é um cara legal, mas eu acho que a saúde dele não anda muito boa, e um líder tem que ter boa saúde.

A ingenuidade de Capone era fascinante. Ele não fazia nada para chamar a atenção, e tenho certeza de que não estava tentando se mostrar. Quatro dias antes, eu estava no meu rancho em Nevada. Meu secretário siciliano, Peter Marisca, me trouxe um telegrama entregue naquele dia. Ele dizia: "O encontro está marcado em Chicago, quarta-feira de manhã, 11h. Ligue para meu escritório quando chegar". Estava assinado por um advogado do meio-oeste muito conhecido. Só tive tempo para fazer as malas e pegar um trem para o leste bem tarde da noite. Ao chegar em Chicago na quarta-feira, li sobre o seqüestro de Lynch, o editor, e sobre o convite da polícia de Chicago para que Capone ajudasse. Mesmo assim, liguei para o advogado que me enviou o telegrama. Capone estava consultando o seu conselho e não podia ver ninguém. No final daquela tarde, eu comprei um jornal matutino.As manchetes falavam sobre a volta de Lynch para casa e sobre a ordem de prisão de Pat Roche para Capone. Insinuava-se que o rei sabia demais sobre as razões para o súbito seqüestro de Lynch.Todas as esperanças de encontrar Capone se desfizeram no mesmo instante. Estava com gripe e fui para a cama. Na quinta-feira de manhã, cedo, havia uma mensagem telefônica para mim: "O secretário do senhor Al Capone manda avisar que o senhor Vanderbilt pode ir ao escritório do senhor Capone às três da tarde." Peter Marisca não entregou a mensagem porque achou que alguém estava fazendo uma brincadeira! Ainda assim, ele comentou o fato naquele dia durante o almoço no Drake, e eu quase queimei a garganta com a sopa de tartaruga. E assim cheguei ao hotel depois de passar por um cordão de policiais e agentes do governo. No saguão do Lexington, nós pegamos o elevador com um ascensorista negro mal-humorado. No corredor, um rapaz jovem e forte estava esperando. Ele vestia um terno verde tão claro como eu nunca vira igual. E não perdeu tempo me perguntando quem eu queria ver.

Eu tenho um encontro com o senhor Brown, eu disse.

"Esse cara está com o senhor?" Ele fez sinal indicando o Peter. Eu disse que estava. Seguimos pelo corredor e entramos em uma suíte particular. Peter ficou do lado de fora falando sua língua nativa com outros sicilianos. Voltei a prestar atenção na entrevista enquanto Capone me fazia a seguinte pergunta: Nas suas conversas com homens importantes do mundo inteiro, dizia, qual a solução que eles sugerem para a atual depressão?

Para ser franco, disse eu, já ouvi tantas soluções, que eu achei que eles não sabiam de nada. Acho que todos eles estão confusos.

"Não é que eles estejam confusos, disse Al. É que eles não conseguem se reunir e chegar a uma solução. Falta organização concentrada. Não é estranho que nos falte organização neste momento, mais do que em qualquer outro período da história, mesmo tendo um dos melhores organizadores do mundo como chefe do executivo? O mundo foi transformado em ações.Toda vez que um cara tinha uma idéia nova, eles aumentavam o capital social - dando muito dinheiro para eles e muitas ações para os acionistas. Os ricos ficaram mais ricos, e os acionistas especularam com as ações. Alguns descobriram que valia a pena manter uma fábrica de boatos em funcionamento. Outros fizeram com que as mulheres se interessassem pelo jogo. O mundo ficou selvagem. Aconteceram muitas fusões. Quanto mais esperto fosse um cara para transformar ações em dinheiro, mais importantes se tornavam os seus títulos de vice-presidente. Muitos desses caras, que deviam estar atrás das grades por roubar ações, subiram do dia para a noite naquele mundo de prosperidade. Todos os nossos projetos de vida se tornaram confusos. Os banqueiros desonestos, que tiram o dinheiro suado das pessoas em troca de ações que eles sabem que não têm valor nenhum, merecem estar em uma penitenciária muito mais do que o homem pobre que rouba para sustentar a mulher e os filhos. Quando eu morei na Flórida, um amigo do editor de reputação duvidosa de um jornal estava dirigindo um banco. Ele despejou uma porção de ações sem valor sobre pessoas honestas. Um dia o banco dele faliu. Eu já estava agradecendo porque ele ia receber o que merecia, quando soube de outra jogada que ia fazer um arrombamento de cofre parecer brincadeira de criança. O editor desonesto e o banqueiro estavam recomendando aos depositantes falidos que colocassem o dinheiro deles no banco de um outro amigo, recebendo trinta centavos por dólar. Muitos fizeram isso e, uns sessenta dias depois, o banco também desmoronou como um castelo de cartas. Você acha que aqueles banqueiros foram para a cadeia? Não foram não. Eles estão entre os cidadãos mais respeitados da Flórida. Eles são tão ruins quanto os políticos corruptos! É claro que eu sei quem eles são. Há muito tempo sou eu quem paga pelas roupas e pela comida deles. Antes de ser contrabandista, eu não sabia quantos corruptos usavam roupas caras e falavam de forma afetada. Quando fui detido outro dia por sonegação de impostos federais, quase que eu me meti na maior confusão. Alguns representantes do governo queriam fazer um acordo comigo. Se eu me declarasse culpado e fosse para a cadeia por dois anos e meio, eles iam retirar as acusações contra mim. Eu teria que pagar um bom dinheiro por isso, mas achei que seria melhor do que o desgaste de um julgamento longo. Mas, alguns dias antes de fechar o acordo, eu soube que alguém iria para a Corte de Apelação e que eu ia ficar em Leavenworth por dez anos e meio. Por isso eu achei que podia ser tão inteligente quanto eles, me declarei inocente e, quando for a hora, nós vamos ver o que vai acontecer. Há pouco tempo, um dos jornais de Chicago dizia que tinham descoberto que um fabricante milionário de lá devia uns 55 mil dólares de impostos sobre propriedade privada. Um dia depois, foi publicado que essa informação estava errada, e que a situação tinha sido esclarecida. Se o governo do senhor Hoover quiser que eu dê explicações sobre os meus impostos federais, vou ficar muito satisfeito em fazê-lo. Acho que eu podia tornar as coisas um pouco mais claras para ele e para muitos outros representantes do governo, e toda vez que eles precisarem falar sobre qualquer assunto sensacionalista, eu vou estar pronto para fornecer-lhes um. O suborno, continuou ele, é uma máxima na vida americana hoje em dia. É a lei onde nenhuma outra lei é obedecida. Ele está corrompendo este país. Dá para contar nos dedos os legisladores honestos de qualquer cidade. Os de Chicago podem ser contados em uma mão! A virtude, a honra, a verdade e a lei desapareceram da nossa vida. Somos todos uns espertalhões. A gente gosta de fazer coisas erradas e se safar. E se não conseguimos ganhar a vida com uma profissão honesta, vamos ganhar dinheiro de outra maneira.

Estava ficando tarde. A luz avermelhada do por-do-sol tornava mais vivas as extravagantes paredes pintadas de vermelho e dourado. Ela alegrava as persianas vermelho-escuro. A grande cabeça de alce na parede; os peixes e os outros animais empalhados; o pequeno rifle do exército - tudo parecia resplandecente na última explosão de glória do fim de tarde. O fonógrafo grande e antigo talvez devesse se abrir e tocar alguma marcha triunfal.

O lar é o nosso aliado mais importante, observou Capone. Depois que toda essa loucura que o mundo está enfrentando passar, a gente vai se dar conta disso, enquanto nação. Quanto mais forte forem os nossos lares, mais forte será a nação. Quando o inimigo se aproxima da nossa costa, nós a defendemos. Quando o inimigo entra nas nossas casas, nós o derrotamos. Nós devíamos humilhar em praça pública os invasores de lares, como um exemplo para os outros da mesma laia. Reno, a sua cidade natal, senhor Vanderbilt, não seria tão necessária se mais homens protegessem o próprio lar. Quando a Lei Seca for revogada, menos gente vai apoiar o controle de natalidade. Sem o controle de natalidade, os Estados Unidos podem se tomar tão fortes quanto a Itália. Com um Mussolini americano, nós podemos conquistar o mundo.

A porta se abriu silenciosamente atrás de mim. Peter e o secretário do senhor Brown ainda estavam conversando. Al cumprimentou Peter e eles trocaram algumas palavras em dialeto siciliano. Lembre-se, senhor Vanderbilt, nossa gente tem que se unir neste inverno, repetiu ele. No inverno passado, eu dei comida para 350 mil pessoas por dia aqui em Chicago. Este inverno vai ser pior. Acho que nós falamos a mesma língua e somos dois patriotas. Não queremos que eles derrubem as fundações desta grande terra. A gente tem que lutar para continuar livre. Boa sorte. Prazer em conhecê-lo.

A porta de ferro do escritório se fechou. A entrevista mais incrível que eu já fizera estava terminada.

Fonte:
tirodeletra

Camorra

Retratos de camorristi procurados pela polícia, 1906

A Camorra é o único fenômeno mafioso proveniente de um meio urbano. Seu lugar de nascimento é Nápoles, Itália; a data, em torno do início do século XIX. A Camorra controla de perto o território, e é muito integrada ao tecido social, sobretudo junto às camadas mais pobres. Imagina-se que conte atualmente com cerca de 110 famílias operacionais e cerca de 7000 afiliados. As atividades da Camorra são incontáveis, da agiotagem à extorsão, do contrabando de cigarros ao tráfico de drogas, da importação irregular de carne à fraude à União Europeia. Sem esquecer os dois sectores "tradicionais" de monopólio: o do jogo clandestino e o de produção de cimento na região da Campania.

Fonte:
wikipedia

Omertà

Omertà é uma palavra de etimologia Italiana, que significa "conspiração". "Omertà" originou-se da palavra umiltà (Humildade em Italiano). Suas origens ainda são incertas. A pronúncia similar pode ter transformado a palavra umiltà em Omertà.

Definição

No geral, é um consenso, que implica nunca colaborar com as autoridades (polícia). Muito comum no sul da Itália em que a Máfia, 'Ndrangheta e Camorra é poderosa. Pode ser entendido como um "voto de silêncio" entre mafiosos. Caso esse juramento seja violado, a punição, na maioria das vezes, é a morte.

O principal motivo pelo qual a Omertà é tão importante no "submundo" da máfia italiana, é devido a crença de que o governo e as autoridades em geral não estão preocupadas em relação ao povo.

Assim sendo é considerado um desrespeito a atitude de se procurar uma autoridade no caso de algum problema.

A Cosa Nostra tem como um de seus princípios a ajuda a pessoas com problemas, como dinheiro para pagamento de pequenas dívidas, remédios e problemas corriqueiros do dia a dia.Em troca a pessoa adquire uma dívida moral, um sentimento de gratidão que poderá ser cobrado no futuro.

O sentimento principal em relação a Omertà é esse: se o governo não o ajuda seus pequenos problemas, por que você os procuraria para qualquer outro.

Na Itália esse sentimento chega a um ponto que pode ilustrar melhor o significado de Omertà:

  • Se um ladrão rouba sua casa você não vai a polícia, você procura as pessoas que sempre estiveram dispostas a lhe ajudar que elas resolverão o seu problema.
  • Se você vê o rosto do assassino da sua família, você não conta a polícia, você se vinga ou procura quem faça por você.

Esse tipo de atitude mostra que o significado da Omertà não está relacionado somente com o crime organizado e o voto de silêncio dentro das famílias mafiosas, mas sim a um modo de vida e uma forma de conduta pelo qual todos os aspectos da vida devem se basear.

James Colosimo (Big Jim)


Retrato informal do procurador Charles E. Erbstein e gangster James Colosimo, sentado em uma sala. Colosimo ran brothels and saloons in Chicago. Colosimo correu bordéis e bares de Chicago. He reputedly was murdered by Al Capone on May 11, 1920. Ele supostamente foi assassinado por Al Capone em 11 de maio de 1920. This image was probably taken in Chicago, Illinois. Esta imagem foi tirada provavelmente em Chicago, Illinois.


James Colosimo (1877- 11 de maio, 1920) (nascido Giacomo Colosimo) gângster italo-estadounidense, imigrou para Chicago, Illinois, vindo de Cosenza, Calabria, Itália, em 1895.


Fonte:
homicide.northwestern

Johnny Torrio


"Johnny" Torrio, às vezes chamado de "o cérebro", nasceu na Itália em 1882. Ele foi para Nova Iorque com sua família. Quando era adolescente, John tornou-se um importante sócio de uma das mais poderosas familias da cidade. Ele também era a chefe de um gangue afiliado, o gangue da Rua James. Ele foi visto como frio, cruel e calculado. Em 1912, Torrio moveu sua atenção para os bordéis nas áreas do Brooklyn. De vez em quando, ele ofereceria emprego aos membros da quadrilha - um deles era Alphonse Capone. Johnny também ganhou seqüestrando, extorquindo e outras atividades ilegais. Cada uma de suas façanhas alimentou o sonho de organizar o crime em um grande negócio. Em 1915 Jim Colosimo, deu para Torrio um trabalho de tempo integral nas casas de prostituição de Chicago. Torrio renovou os lugares desprezíveis baratos e vestiu as suas prostitutas como pequenas doçura virgens e atraiu muito mais negócios que antes. Torrio regiu depois eventualmente todos os negócios de Colosimo enquanto, Jim Colosimo se sentou e viveu a vida alta dos lucros do trabalho duro que Torrio produziu. Torrio viu que o contrabando de bebidas era um grande negócio, então sugeriu para Colosimo. Porém, Colosimo não estava interessado, achava que estava rico o suficiente, e não queria correr mais esse risco. Torrio convocou Al Capone e outros para assumir o império de Colosimo. Frankie Yale foi contratado assassinar Colosimo. Com Jim Colosimo fora de cena, Torrio começou a ganhar com o contrabando. Torrio pensou em unir as numerosas quadrilhas em Chicago. O seu plano era ter o controle das quadrilhas em uma certa área, sem interferência de quadrilhas vizinhas. Cada quadrilha pagaria uma percentagem de lucros a Torrio. Assim todas as quadrilhas foram chamadas e Torrio contou-lhes o plano. A maioria das quadrilhas concordou com o plano de Torrio. Porém, havia alguns que concordaram inicialmente mas quebraram depois o acordo. Uma destas quadrilhas era conduzida por Dion O'Banion. Houve então a famosa guerra da cerveja. Torrio venceu. Dion O'Banion era muito ambicioso, foi quando tentou persuadir Torrio em questões referentes a uma cervejaria. Torrio chamou mais uma vez Frank Yale de Nova Iorque com Albert Anselmi e John Scalise. Os três mataram O'Banion em sua floricultura. A quadrilha foi assumida por Hymie Weiss e ele jurou que se vingaria do assassinato de O'Banion. Weiss e seus rapazes armaram uma emboscada para Torrio. E duas vezes e em ambas as ocasiões, Torrio teve sorte. Na primeira tentativa, Torrio andou para longe da cena com duas bala no seu chapéu cinza. O seu chofer e cachorro não tiveram a mesma sorte - ambos morreram. A segunda tentativa teve um resultado melhor para Weiss e sua quadrilha. Torrio foi emboscado fora do bloco do seu apartamento em 24 de Janeiro de 1925. Ele foi atingido por quatro balas. Ele estava ferido no estômago, braço e tórax. Lutando contra a morte, Torrio era defendido dia e noite através de um corpo de 30 guardas no hospital. Em março ele se aposentou, deixando a liderança para Al Capone. Torrio tinha 43 anos, era um milionário, que começou nas quadrilhas do Brooklyn e criou um grande império em Chicago. Teve como discípulo o gangster mais famoso do mundo, Al Capone. Sempre procurou fazer acordos, foi o que ele ensinou a Capone. Em abril, 1957, com 75 anos, John Torrio morre de ataque no coração.


Precedido por
Jim Colosimo

Sucedido por
Al Capone

Dion O'Banion


O poder de Dion O'Banion veio na época da proibição. Ele era o líder de uma quadrilha grande e poderosa chamado do norte de Chicago. Entre os sócios da quadrilha incluíram Hymie Weiss e George Moran. A aproximação de O'Banion para Proibição era seqüestrar remessas de bebida. Ele foi citado como dizendo "Deixe para Torrio fazer os materiais e eu roubarei o que quero disto". Porém, até mesmo um ladrão O'Banion não podia roubar o bastante para manter o negócio sem ter algumas cervejarias. Mas até mesmo com as cervejarias debaixo do controle dele, Dion não pôde deixar de seqüestrar bebida de John Torrio. As artimanhas dele se tornaram um espinho no lado de Torrio. Então O'Banion ofereceu para Torrio a Cervejaria de Seiben por meio milhão de dólares e se aposentaria. Torrio pôs prontamente para cima o dinheiro, ansioso para se libertar de O'Banion. Assim que Torrio pagou O'Banion, os agentes federais fizeram uma batida na cervejaria, confiscaram tudo e prenderam Torrio por violar a Lei Seca. O'Banion sabia que da ação federal, e decidiu por uma pessoa para levar a culpa. Torrio caiu na armadilha de O'Banion. Torrio estava furioso com O'Banion e pensou em retribuir a O'Banion. A guerra entre as duas quadrilhas ficou mais sangrenta e mais maligna. O'Banion estava em sua floricultura no norte de Chicago. Ele provia os arranjos florais para os numerosos enterros da Máfia. Então em novembro daquele ano, um mafioso chamado Mike Merlo tinha morrido (de causas naturais) e um pedido entrou na loja para um arranjo para o enterro. Na manhã seguinte, três homens foram a floricultura de O'Banion. Como O'Banion deu um aperto de mão com um dos homens, o outro dois tiraram pistolas e o atiraram em cada bochecha, duas vezes na garganta e duas vezes no peito. O'Banion não pode puxar sua arma, Frankie Yale estava segurando a mão de O'Banion. Os atiradores eram Al Anselmi e John Scalise, dois dos atiradores mais famosos de Chicago. Todos os três estavam operando sobre ordens de John Torrio.

O último gângster


Morre na cadeia John Gotti, o mais exibicionista e audacioso dos chefes mafiosos dos Estados Unidos

Preocupado com os insistentes olhares dos transeuntes, o mafioso Sammy Gravano perguntou um dia a seu chefe se ele não se incomodava com a curiosidade que despertava ao desfilar elegantemente vestido pelas ruas de Nova York. “Não, não. Esse é o meu público, Sammy. Eles me amam”, respondeu John Gotti, o último grande capo da família Gambino. O Chefão Janota, como era chamado pelos tablóides, chegou a ser um dos mais poderosos e conhecidos criminosos americanos. Na segunda-feira, Gotti morreu de câncer no hospital da penitenciária federal de Springfield, no Missouri. Traído por Gravano, o vaidoso Gotti passou os últimos dez anos de sua vida em uma cela solitária.

“Ele foi o primeiro chefão a posar para a mídia. Nunca tentou esconder o fato de que era um dos grandes”, disse J. Bruce Mouw, ex-agente do FBI que liderou a equipe responsável pela condenação de Gotti, em 1992. Era a quarta vez que o extravagante mafioso, sempre vestido com ternos Brioni de US$ 2 mil e gravatas de seda pintadas à mão, era julgado. Nas outras três oportunidades, fora inocentado por júris subornados. A facilidade com que se livrava da Justiça lhe valeu outro apelido, Don Teflon, porque nenhuma acusação “grudava” nele. Gotti virou o maior símbolo da resistência à lei desde Al Capone, na década de 20. A condenação por extorsão, homicídio e tráfico de drogas pôs fim a uma violenta carreira iniciada na juventude.

John Gotti nasceu no Bronx, em Nova York, em 1940. Aos 18 anos já estava fichado na polícia como um “associado” da Máfia. Nos anos seguintes, foi preso várias vezes por crimes menores, quase sempre em companhia de Angelo Ruggiero, sobrinho de Aniello Dellacroce, braço direito de Carlo Gambino, líder de uma das cinco famílias que dominam a Máfia de Nova York. Gotti caiu nas graças de Dellacroce e subiu.

Dizem que sou durão demais para o trabalho. Você pode imaginar no que a Cosa Nostra está se transformando?

JOHN GOTTI, ex-chefe da Máfia, sobre críticas feitas a ele por outros mafiosos

Quando Gambino morreu, Dellacroce foi preterido na sucessão por Paul Castellano. Gotti, já um chefe importante, começou a ser vigiado constantemente pelo FBI. Em 1980, um dos cinco filhos de Gotti, Frank, de 12 anos, foi atropelado e morto enquanto andava de bicicleta por John Favara, um vizinho da família. Foi um acidente, mas Gotti prometeu à mulher, Victoria, que haveria vingança. Quatro meses depois, Favara desapareceu para nunca mais ser visto. Mais uma vez, não havia provas contra Don Teflon.

Em 1985 surgiu a grande oportunidade de Gotti. Acusado de tráfico de heroína pelo FBI, caiu em desgraça aos olhos de Castellano. O novo capo proibia drogas porque atraíam muito a atenção das autoridades. Antes que o fritassem, Gotti decidiu agir. Castellano foi morto a tiros ao sair de uma churrascaria de Manhattan. Gotti e Graviano assistiram ao crime de um carro estacionado nas proximidades. O Janota assumiu o comando das 23 gangues que compunham a família Gambino. Seus cerca de 2.500 comandados lhe proporcionavam uma renda de US$ 12 milhões por ano.

Mas Gotti prezava demais o próprio poder. Exigia que seus asseclas se reunissem com ele em seu escritório. O vaivém de figurões da Máfia permitiu que o FBI coletasse provas para pôr quase todos na cadeia. Ao ver que a família Gambino ruía, Graviano fez em 1992 um acordo com a Justiça. Contou tudo o que sabia em troca de uma pena de apenas cinco anos por sua participação em 19 assassinatos a mando de Gotti. Don Teflon foi condenado a ficar o resto da vida atrás das grades.

Fonte:

Revista Época.

John Gotti



John Gotti, a figura mais famosa da Máfia dos últimos tempos, atualmente está cumprindo pena, condenado a prisão perpétua em 1992 . O último "Godfather", que foi várias vezes ao tribunal, e todas saiu limpo. Por isso o seu apelido "Don Teflon", teflon é o material do qual são feitas as frigideiras anti-aderentes, nas quais o óleo não penetra na frigideira. John Gotti, era o "Teflon" pois nenhuma acusação aderia nele. Como ele saia "limpo" das acusações? Não se sabe com certeza, mas é só pensar. Gotti foi processado por agressão física, quando foi para julgamento o homem que fez a queixa dizia que nunca tinha visto aquele homem(Gotti) antes. Por que ele disse isso? Ou porque não era burro ou ganhou algum presente de John Gotti. Nenhuma pessoa seria tão burra de tentar por na cadeia uma figura como Gotti, pois saberia o que aconteceria depois. Das outras vezes, Gotti também saiu limpo. Era milionário, tinha um excelente advogado, e dinheiro compra tudo. Pode ser que tenha subornado juizes ou jurados, porém não tenho certeza. Também foi dito no People and Arts, que John Gotti "quebrou" a Cosa Nostra, saindo nas ruas para discutir os planos da famiglia. Saia ás ruas para não ser caço pelas escutas que o FBI instalava. Na verdade, ele realmente quebrou a Cosa Nostra. Uma das principais regras da Máfia, e fazer tudo às escondidas, sem imprensa, sem publicidade, sem público. A regra é bem clara: não chamar atenção. Gotti quebrou-a, saia nas ruas com seu consiegliere, Sammy Gravano, vestia fatos de 2 mil dólares, tinha um corte de cabelo charmoso, estava sempre nas capas de jornais e nas revistas. Ele gostava da publicidade, mas isso trouxe problemas para ele. Isso não quer dizer que a Cosa Nostra não exista mais. Ela existe, porém hoje não há os velhos chefões, é comanda por jovens(40 a 60 anos), e não tem a mesma força que tinha dos anos 40 a 70. E os lucros não são tão grandes como já foram. Hoje, a Máfia continua viva, no mundo inteiro. Na Itália, há Máfia na Sicília, na Calábria, e outros lugares. Nos E.U.A. também, mas não com a mesma força que já teve.

A Mafia em New York City.



New York século XX, centro nervoso e império de cultura e comércio, e também de um outro império: o império da Máfia. Em sua era dourada, Nova York tinha 3 equipes de beisebol e mais de uma dúzia de jornais. Uma família mafiosa não era suficiente, Nova York tinha cinco. Haviam políticos dispostos a receber subornos, jornalistas mentindo para tornar gangsters figuras ousadas ou românticas e um público aterrorizado demais para fazer alguma coisa. Nos anos 20, existiam duas poderosas gangs rivais que dominavam Nova York. Uma delas, actuava em Manhattan. Seu capo era Joe "O Chefe" Masseria, destemido napolitano. A outra, dominava Brooklyn, tendo a maioria de seus homens vindo da cidade de Castellammare(Sicília). Seu chefe, era um siciliano chamado Salvatore Maranzano. Essa rivalidade gerou uma violenta guerra, conhecida como "Guerra dos Castellamere" em 1931. Salvatore Maranzano e seus homens, ás custas de muitas e muitas balas venceram o confronto. Porém o reinado do novo Boss de Nova Yorque durou pouco. Charles Lucky Luciano e Vito Genovese, membros da gangue de Maranzano, decidiram por um fim a guerra. Assassinaram Joe Masseria em abril de 1931 e ajudado por Meyer Lansky, assassinaram Salvatore Marazano. Terminada a guerra, Lucky Luciano comandava a Máfia Nova Yorquina. Organizou cinco famílias Mafiosas: Gambino, Genovese, Colombo, Lucchese e Bonanno. Agora os negócios da Máfia prosperavam como nunca.